O Laboratório Interdisciplinar de Direitos Humanos e Saúde realizou no último dia 02 de junho o Seminário “Dialogando sobre Direitos Humanos e o Acesso à Saúde: a Pessoa Surda em Pauta”.
Na ocasião foram apresentados resultados de estudos realizados no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, dos pesquisadores Henrique Carvalho, Isabela Cardoso e Priscilla Tavares.
Priscilla iniciou a mesa discutindo como a população que busca a Câmara de Resolução de Litígios de Saúde do Rio de Janeiro entende a questão do acesso à saúde e as barreiras que encontram em seus itinerários em busca de exames, atendimento médico, procedimentos. Chamou a atenção sobre o modo como a população enfrenta tais barreiras, que ultrapassam os encaminhamentos de um serviço a outro, mas que envolvem histórias e expectativas de vida, de interações, de sentimentos.
Na sequência, Isabela, que é filha de pais surdos, falou sobre as diferentes experiências de vulnerabilidades, em relação ao cuidado à saúde de pessoas surdas. Embora considerando importante, problematizou uma aposta exclusiva no conhecimento de Libras por parte dos profissionais de saúde. As vulnerabilidades no cuidado à saúde envolvem múltiplos contextos e múltiplos atores, prevalecendo a vontade de entendimento, por vezes, mais que o conhecimento da língua de sinais.
Henrique trouxe um instigante tema, acerca do uso de mídias digitais eletrônicas como facilitadoras do acesso dos surdos aos serviços de saúde. Compartilhou as estratégias utilizadas pelas pessoas surdas que participaram de sua pesquisa para acessar os serviços e durante o atendimento de saúde, os desafios enfrentados e os benefícios obtidos com o uso das tecnologias digitais para comunicação no âmbito da saúde.
Após as apresentações, foram tecidos comentários pelos professores Patrícia Gräff (UFFS), Alexandre Rosado (INES) e Jacqueline Gomes (UFF). Os mesmos destacaram as características da comunicação presentes no acesso à saúde, desde as instituições do setor da justiça, da educação e da saúde. Destacando-se o setor da educação, atualmente, como o mais avançado em iniciativas de espaços bilíngues, que facilitam o acesso da pessoa surda. Foi levantada a importância do setor da saúde e educação dialogarem suas experiências para o avanço de iniciativas que promovam e qualifiquem o acesso à saúde da pessoa surda.
Participaram do evento profissionais da saúde e da educação, estudantes de graduação e pós graduação, que já trabalham ou se interessam pelo tema.
As apresentações contaram com intérpretes de libras, da Divisão Responsável pela Acessibilidade - DIRAC da UFRJ, à qual agradecemos imensamente pelo apoio.
O seminário está disponível em nosso canal do YouTube, confira!
Esse foi o primeiro dos quatro seminários previstos para o ano de 2022 a serem promovidos pelo LIDHS. Até a próxima!
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