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Foto do escritorRenato Dantas

Defesa de Dissertação de Mestrado de Isabela Cardoso Nascimento

Na próxima quinta-feira (26/08) às 10 horas por meio remoto, haverá a Defesa de dissertação de Mestrado da integrante do LIDHS Isabela Cardoso Nascimento.

A transmissão ao vivo ocorrerá em: https://www.youtube.com/watch?v=WeEvt1r7y48

RESUMO


NASCIMENTO, Isabela. Vulnerabilidades no cuidado à saúde: narrativas de pessoas surdas. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) – Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.


A saúde pode ser entendida de diferentes maneiras, mas pensá-la como uma experiência coletiva pressupõe que todos os envolvidos, em determinado cenário social, cultural, ambiental e/ou político, são responsáveis pela saúde um do outro. No entanto, o acesso à saúde da pessoa surda tem sido afetado por uma barreira que depende também do outro para ser superada, a barreira de comunicação. A capacitação e habilitação de profissionais na língua de sinais, bem como o ensino da Libras com caráter obrigatório em determinados cursos, são medidas, ainda que promissoras, insuficientes para a efetiva inclusão do surdo na saúde. Estudos recentes indicam que antes de acessar os serviços de saúde, a pessoa surda pode sofrer com diversas dificuldades do seu cotidiano, como por exemplo, baixa escolaridade, desemprego, falta de acesso a serviços básicos, estigma, discriminação, entre outros fatores, que contribuem na produção de barreiras e de situações de vulnerabilidade que impactam no cuidado à saúde, situações essas que podem acometer qualquer pessoa, seja ela surda ou não. A despeito desses contextos de vulnerabilidade, são várias as possibilidades de respostas das pessoas surdas frente a esses contextos. Assim, o objetivo da investigação proposta é compreender como as pessoas surdas lidam com as situações de vulnerabilidades no cuidado à saúde. Para tanto, foi realizada uma investigação com abordagem qualitativa, coletando-se por meio de entrevistas, narrativas de vida de 3 (três) pessoas surdas sinalizantes, de forma remota, pela própria pesquisadora, que também realizou o processo de transcrição-tradução e desenvolveu a análise do material de maneira interpretativa-compreensiva. A análise foi baseada no quadro da Vulnerabilidade, Direitos Humanos e Cuidado, privilegiando as interações entre dimensões individuais, programáticas e sociais que modelam vulnerabilidades e respostas no cuidado à saúde. As narrativas apontaram os espaços da escola e da família como os principais produtores de vulnerabilidades ao cuidado à saúde da pessoa surda. Neles, as situações de exclusão, isolamento social, discriminação, entre outras, indicaram importantes contextos de vulnerabilidades ao cuidado à saúde. Entretanto, ao mesmo tempo, esses espaços também se apresentaram como os mais férteis à instauração de contextos de produção de sujeitos de direitos e de fortalecimento do cuidado à saúde. A surdez não se apresentou como principal barreira de comunicação no serviço de saúde. Embora importante, a figura do intérprete foi problematizada pelos participantes e o diálogo, a paciência, o afeto, entre outros, foram apontados como principais aspectos da dimensão comunicativa do cuidado. Deste modo, as dificuldades no acesso à saúde e ao cuidado foram produzidas não somente pelo serviço ou, como se costuma atribuir, pela falta de capacitação do profissional de saúde em dominar a língua de sinais, mas também pelos contextos onde essas pessoas – profissional de saúde e pessoa surda – estão inseridas, suas histórias, os demais atores envolvidos, incluindo a família, e como interagem entre eles, dentro e fora do serviço de saúde.

Palavras-chave: Pessoa surda. Cuidado à saúde. Vulnerabilidades à saúde.

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